The Fiend

The Fiend (Inglaterra, 1972)

Diret Robert Hartford-Davies
Com Ann Todd, Tony Beckley, Patrick Magee, Madeleine Hinde, Susanna Leigh, Ronald Allen, Percy Herbert.

Estiloso ou esquisito? Uma curiosidade perdida pelas prateleiras do cinema pop, este suspense é um divertido marco de época no entretenimento apelativo. No habitualmente formal cinema britânico é sempre uma surpresa encontrar exemplares desleixados que assumem o filme B, o cinema sleazy e a apelação barata como aqui. Pete Walker foi um dos mestres do gênero na produção britânica e este The Fiend (Beware My Brethen) é um ótimo exemplo do pop inglês em nível B, só se diferenciando de Walker por não ser sangrento.

The Fiend é sobre fanatismo religioso em uma comunidade onde garotas estão sendo mortas. O agente Kenny Wemys é um dedicado policial que vive com a mãe, Birdy Wemys (a veterana Ann Todd), uma fervorosa cristã que mantém Kenny sob rigorosa conduta moral. Ela, por sua vez, também é subjugada pelo implacável pastor da igreja local em seus inflexíveis códigos de conduta (o sempre cartunesco Patrick Magee com suas caretas à beira da comicidade). Entram na ação a jovem jornalista Paddy e sua irmã Brigitte, uma enfermeira que cuida da saúde da senhora Wemys. E quando ela tem sua saúde ameaçada pelos rigores do pastor, o conflito se acentua. Pena que leve o filme todo pra acontecer, mas é um detalhe menor na construção da ação. Interessante é que não há apenas um fanático em purificar as "pecadoras" e a rede de dementes inclui a mãe e o líder religioso como atuantes na grande rede de insanidade instaurada. O filme também não faz a linha whodunnit e revela o assassino logo no início deixando para o espectador acompanhar a narrativa ora convencional, ora ousada e frequentemente doentia.

Servindo como uma soma de elementos estéticos e narrativos, The Fiend é um divertido representante do cinema despretensioso que cumpria sua demanda de bilheteria em circuito B. Inclui alguma ousadia em nudez, a clássica foto e enquadramentos que estigmatizaram a época e nem tem sangue! Oscilando entre o style, o concept e o vale-tudo, The Fiend é cinema demente de um diretor irregular, mas aqui em um dia bom.

• Sintonia com a época: dois temas de rock-gospel na trilha sonora.

• Palmas para o roteirista, que assume todos os personagens religiosos como incorrigíveis fanáticos!

• Surpresa: a vítima nua desovada no meio do cimento!

• Demência: o assassino grava pregações, sermões e a gritaria das vítimas para ouvir tudo junto!

• O título alternativo (Beware My Brethen) é uma advertência à comunidade de religiosos, o que lança um dado ainda mais divertido ao sacrilégio assumido do filme.

• O diretor em um dia pior: Corruption.

Expectativa 👿👿        Realidade 👿👿👿