Knock at the Cabin (EUA, 2023)
Com Dave Bautista, Jonathan Groff, Ben Aldridge, Kristen Cui, Nikki Amuka Bird, Abby Quinn, Rupert Grint.
Apocalipse light. Um thriller in the woods diferentão, como é o gosto do diretor Shyamalan, sempre disposto ao alternativo. Baseado em livro de Paul Trembley, que já tem seus probleminhas formais, o filme conta o drama de Andrew e Eric, casados e que junto da filha adotiva Wen passam uma temporada em um chalé na floresta. Mas a temporada paradisíaca será interrompida quando quatro estranhos invadem o espaço com um discurso bastante duvidoso: tiveram visões do apocalipse e acreditam firmemente que o trio de residentes precisa escolher, entre si, um sacrificado para evitar o apocalipse!
A escolha é impossível e arma-se o teatro claustrofóbico logo que o quarteto domina o casal e a menina. O quarteto pode ser parte de um movimento de fanáticos, mas logo as suspeitas de preconceito, posição social e étnica são descartadas na exposição das motivações. A justificativa é: a única forma de interromper as próximas tragédias é escolhendo um sacrificado que deverá morrer! O escalamento de desastres, tragédias e acidentes que assolam o planeta em progressão descontrolada só irão parar por esse processo. Assim revelaram as visões.
Knock at the Cabin segue seguro de si, sem falhas e com um elenco empenhado (em especial com a garota Kristen Cui dando show de presença), mas com o sério problema de, justamente a chave de embarque na narrativa é por demais abstrato e não sustenta o drama (problema que vem do livro). As supostas visões não são aprofundadas ou melhor explicadas para que se justifique a dedicação torturante dos integrantes do quarteto. A história toda poderia se justificar como um alerta à necessidade de interação, de comunhão e compreensão entre os homens, independentemente de toda e qualquer diferença. Ou nos unimos, ou acabamos... Mas mesmo essa possibilidade de leitura fica vaga, e sua urgência não muito acentuada. Seria melhor ter sugerido a relação entre sacrifício humano e catástrofes por uma via mística mais evidente? Talvez... Citações bíblicas não foi suficiente.
Pior ainda é o principal twist dramático do livro ter sido atenuado no filme. Decisão que reduz bastante a carga de tensão, e a sensação de perda, tão importantes ao tema central da história. O ponto positivo é que Knock at the Cabin não tenta inovar, nem surpreender, nem causar, como é habito na carreira do diretor, e resulta em um thriller bem decente, com uma ótima direção de atores.
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈
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