Juleblod (Noruega, 2017)
Com Jorgen Langhelle, Stig Henrik Hoff, Helene Eidsvag, Karoline Stemre, Haddy Jallow, Yasmine Johansen, Marte Saeteren, Sondre Krogtoft Larsen.
Jogo dos erros. Ainda não fizeram o terror de natal definitivo, e parece que ninguém está nem mesmo tentando... Este Juleblod é uma surpresa pelos motivos errados! Como puderam fazer um filme tão copia-e-cola na maior cara-de-pau e não tentar nem uma variaçãozinha, nem uma disfarçadinha? O filme está sendo catalogado como comédia. Se a intenção era essa, pode ter sido uma manobra em simplificar roteiro e fazer uma "sátira" aos slashers clássicos dos anos 80. Ainda assim, é muita preguiça em realização...
É assim: um maníaco assassino se veste de Papai Noel e sai matando geral no Natal. A polícia encontra, na boca da última vítima, uma lista das próximas vítimas. Até que o Santa Killer é detido e baleado. Anos depois, escapa do cárcere e ataca uma casa onde um grupo de garotas se reúne para as festas de fim de ano. Já viu um filme assim antes? Ou dois? Ou três...
E agora? O que fazer com este Juleblod? Se deveria ser cômico, ficou sério demais, e as piadas são estúpidas demais para entusiasmar enquanto esculacho ao gênero. Enquanto terror, é bem sangrento e violento, mas deixa a impressão de um trabalho no piloto automático, sem a menor intenção em inventar nada. Por outra via de apreciação, pode ter sido um filme (como The Dead Don't Die de Jarmusch) disposto a servir de caricatura da cultura da repetição. Aqui tudo é previsível, os sustos, os jumps de som exagerados, os personagens como o detetive amargurado que ajuda no caso, o assassino que não morre nem com tiro na cabeça, a briga das garotas por causa do namorado, as intimidades punidas com morte, e um incontável de eteceteras a cada minuto. Se a intenção foi satirizar, na sugestão de esgotamento criativo na produção contemporânea, tudo fica duvidoso, desde a lentidão do suspense do prólogo, ao sexismo, à gratuidade com que outros personagens são inseridos ("chamei no Tinder" diz uma das garotas!), à obviedade geral.
O mais bizarro de tudo é a opção da direção de arte por uma fotografia absurdamente escura quase o filme todo. Mesmo em cenas diurnas, os pontos luminosos estão posicionados atrás dos personagens e uma simples cena de conversa adquire tons estranhamente deslocados. Sem maior atrativo para fãs do gênero, Juleblod pode ser interessante a estudantes de cinema, uma lição de casa em inventário de erros...
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