Gueules Noires (França, 2023)
Com Samuel Le Bihan, Jean Hughes Anglade, Amir El Kacem, Diego Martin, Thomas Soliveres, Bruno Sanches, Marc Riso, Antoine Basler.
Abdul Al-Harzed não era tão louco...
Caras pretas. Mais um exercício em claustrofobia do diretor de Meander. Na década de 1950, grupo de mineiros de diversas nacionalidades trabalha em minas de carvão e recebe a visita de um professor interessado em antigas escrituras. Convencidos pela alta soma em dinheiro oferecida pelo professor, os mineiros aceitam aprofundar as escavações e investigar antigas galerias ainda não exploradas.
Porém as descobertas nesses espaços inexplorados podem ser fatais. Uma tumba antiquíssima encerra uma criatura milenar que ao ser libertada começa a atacar a equipe um a um. Gueules Noir é assim, um terror de claustrofobia garantida como filmes semelhantes como Abismo do Medo, A Caverna, As Above So Below, e o citado Meander, todos compondo quase um subgênero no terror moderno.
O problema é uma premissa que não permite muita invenção no roteiro e o filme não escapa muito do visto e testado em outras produções: um grupo indefeso, enclausurado com uma criatura com sede de sangue (como Alien). Claustrofobia de roteiro! Mas o filme cresce muito com sua estética monocromática e a integridade sombria, assim como as referências ao horror cósmico de Lovecraft, sugerindo a pavorosa criatura como um dos seres ancestrais que habitaram a Terra antes do homem. Também é notável a intenção aos efeitos práticos da criatura (com um mínimo de digital), o que lança uma simpática aparência de filme B ao show. Um pouco arrastado na primeira metade, Gueules Noirs (em inglês The Deep Dark) tem grandes banhos de vermelho em contraste à dominante paleta ocre, e um notável crescimento dramático culminando na aflitiva fuga pelo poço onde eram feitos sacrifícios humanos. Nada demais no geral, mas um bom terror na despretensiosa média B perfeita a uma matinê macabra.
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈😈
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