Historia de Lo Oculto (Argentina, 2020)
Diret Cristian Ponce
Com German Baudino, Hector Ostrofsky, Nadia Lozano, Agustin Recondo, Ivan Esquerre, Casper Uncal, Lucia Arreche, Hernan Altamirano.
Bruxaria e política?! Terror argentino bem divertido, embasado em teorias de conspiração e envolvendo poder político com atividades em ocultismo. Ambientado nos anos 70 e apelando a nostalgia (como Late Night With the Devil), centra sua narrativa em um show televisivo chamado 60 Minutos Antes da Meia-Noite, no qual o grupo de produção entrevista um suspeito megaempresário cujas revelações podem derrubar o presidente em exercício se revelar suas ligações com bruxaria!
E a narrativa segue em paralelo entre o programa ao vivo e a equipe de produção que, em crescente tensão nervosa, espera pela revelação enquanto os entrevistados do programa são "eliminados" do debate até restar apenas o misterioso Adrian Marcato como centro atrativo da entrevista (e do filme). E gradualmente, o que a princípio seria apenas uma entrevista-bomba de revelação, pode ser uma premeditada artimanha de dominação pelas vias da comunicação de massa!
História de Lo Oculto fascina pela premissa e pela modéstia de sua produção, tão simples que em momentos até parece novela da Record, mas peca na oscilação entre o "estiloso" e o corriqueiro semiprofissional. Seu mérito maior é a dinâmica de montagem e o crescente narrativo que promete um slow-burn macabro. Pena que a opção pelos anticlímax finais comprometem demais o filme como um todo. A opção pela ingestão de alucinógenos pela equipe de produção também é discutível como alternativa em percepção pela equipe durante a entrevista.
A sugestão de que mais realidades estejam em ação durante o show televisivo tem sua carga crítica evidente. Assim as aparições e manifestações sobrenaturais instauram uma atmosfera de loucura no filme, mas é uma loucura em baixa voltagem que não entorpece os sentidos como poderia. Filmado em preto-e-branco com inserts de luz vermelha, Historia de Lo Oculto é um pequeno-grande filme de horror, na linha que aproxima politicagens com o sobrenatural.
• Destaque às apavorantes entidades sobrenaturais, que podem ser visão provocada pelos alucinógenos, ou podem não ser...
• Declarado fã de filmes sobre jornalismo, o diretor cita em alguns momentos o clássico "Todos os Homens do Presidente" (especialmente no cartaz na parede e a cena com um dos produtores sendo "seguido" pelas ruas).
• Perfeição nostálgica: as vinhetas de ambientação e propagandas.• As imagens do cartaz trazem Marcato emulando a figura de Aleister Crowley.
• Mais citação política: o livro As Coisas Que Perdemos no Fogo de Mariana Enriquez.
Expectativa 👿👿 Realidade 👿👿
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