MadS

MadS (França, 2024)

Diret David Moreau
Com Milton Riche, Laurie Pavy, Lucille Guillaume, Yovel Lewkowski, Sasha Rudakowa.

Zumbis fritando! Produção francesa com uma interessante variação em apocalipse zumbi! Produzido em moldes extremamente econômicos, MadS acompanha o drama de três personagens em uma noitada de festas e entorpecimentos. Romain experimenta uma nova droga antes de comparecer a uma festa com amigos. Logo começa a perder progressivamente o controle sobre suas reações, respostas e convívio social, e é possível que sua bad trip seja um caminho sem volta.

Na curiosa narrativa do filme, Romain é abandonado quando sua namorada Anais passa a protagonista, repetindo o trajeto do namorado: um surto descontrolado de incomunicabilidade e agressividade que pode contaminar os demais no contato com o sangue infectado. E no terço de encerramento o filme termina com a fuga de Julia pelas ruas desertas e no ocasional encontro com soldados de uma força de controle atuando na região. MadS compõe assim, uma visão de apocalipse filtrada pela ótica individualizada de três protagonistas, em três capítulos distintos. Intrigante e melhor apreciado como um experimento em linguagem dentro de convenção pop do cinema living-dead, o filme compensa sua produção mínima com uma imersiva elaboração estética em planos bastante longos e hipnóticos.

Longe de ser um mero apelo antidrogas, MadS baseia sua advertência na necessidade urgente por aditivos em uma sociedade pós-moderna, pós-contemporânea, pós-tudo, incapaz de encontrar solução para suas insatisfações, e assim o vazio noturno e a individualização dos capítulos narrativos ganham uma contundente leitura extra.

• Bizarrice: diante do espelho Anais percebe que seu corpo está crivado de balas!

• A mulher sem voz recolhida na estrada sugere que a contaminação pode ser consequente de algum experimento.

• Tour de force: Anais tendo surtos-chiliques sucessivos.

• Referência: o final com as explosões pela cidade remete a Clube da Luta.

Expectativa 🧟🧟       Realidade 🧟🧟