"Trilha sonora é como um filme sem imagens". Quem disparou essa velha pérola depreciativa não entendeu que é justamente essa a graça da brincadeira. As trilhas são o local escuro do cinema antes do preenchimento com a imagem! É como acessar a dimensão do filme por outra via. No processo da "suspensão de descrença" – afinal sabemos que todo o filme é de mentirinha – a trilha musical tem função essencial em embalar nossos sentidos e nos fazer participar (para não dizer acreditar) no drama fake que se projeta. Aí vai mais um pouquinho de trilhas selecionadas do Black Phillip para dar sequência ao post anterior.
12 de fevereiro de 2019
Mais Trilhas Sonoras
"Trilha sonora é como um filme sem imagens". Quem disparou essa velha pérola depreciativa não entendeu que é justamente essa a graça da brincadeira. As trilhas são o local escuro do cinema antes do preenchimento com a imagem! É como acessar a dimensão do filme por outra via. No processo da "suspensão de descrença" – afinal sabemos que todo o filme é de mentirinha – a trilha musical tem função essencial em embalar nossos sentidos e nos fazer participar (para não dizer acreditar) no drama fake que se projeta. Aí vai mais um pouquinho de trilhas selecionadas do Black Phillip para dar sequência ao post anterior.
Quem a Viu Morrer?
Chi L'ha Vista Morire? (Itália, 1972)
Diret Aldo Lado
Com George Lazenby, Nicoletta Elmi, Adolfo Celi, Anita Strindberg, Dominique Boschero.
Criança sem esperança... Um giallo dos bons feito por diretor não muito citado no gênero. Anos depois de um caso de infanticídio arquivado sem solução, um maníaco volta a atacar crianças. George Lazenby é um escultor que inicia investigação por sua conta quando um novo crime acontece. E no decorrer das investigações da polícia, e do escultor, pessoas próximas ao assassino e que sabem demais, começam a aparecer mortas.
O Vampiro de Karnstein e Outras Histórias
"Pela visão interior pude ver coisas que estão na outra vida mais claramente do que as que vejo neste mundo. Fica patente assim que a visão externa só existe por causa da interior, e esta graças a uma mais interior ainda, e assim por diante... " (Chá Verde)
Goblin
Gritos e sussurros. Pertencente a escola progressiva italiana (o país mais criativo nesse gênero musical depois da Inglaterra), o grupo iniciou atividades com o nome Cherry Five. Eram contratados do selo Cinevox, selo com uma extensa história ligada à edição e comercialização de trilhas sonoras. O Cherry Five teve um bom LP de estreia, mas de mediana repercussão em seu mercado. Foram então apresentados ao diretor Dario Argento, que procurava um grupo de rock para musicar um de seus thrillers. E o resto é a história que já decoramos...
10 de fevereiro de 2019
E Tanta Paura
E Tanta Paura (Itália, 1976)
Diret Paolo Cavara
Com Michele Placido, Corinne Clery, Quinto Parmeggiani, John Steiner, Eli Wallach, Tom Skerritt.
Reinventando a roda. Giallo que tentou escapar das convenções do gênero em um resultado bem curioso. Na carreira diferenciada de Paolo Cavara, ele já havia ganhado notoriedade com os documentários Mondo, inciou-se na ficção com o "traidor" Occhio Selvaggio e fez em seguida um giallo clássico O Ventre Negro da Tarântula. Fez um faroeste fora da época, Rápidos Brutos e Mortais (1973) e algumas comédias. Aqui ele busca reinvenção nos ingredientes do giallo contando as investigações de um policial sobre diversos assassinatos que não tem imediata ligação entre si. Com a ajuda de um detetive particular de métodos sofisticados (Eli Wallach), a investigação leva a um grupo de excêntricos milionários ligados a rede de prostituição.
Outra Música 2
Continuando com a sugestão de sons macabros de Outra Música, agora mais contemporâneos e eletrônicos. Nestes tempos de acesso digital, as possibilidades de inventar e expor trabalhos novos é grande, e aí tivemos o chamado Dark Ambient, trabalhos repletos de instrumentais editados e com muita cara de trilha sonora. Sem virtuosismo técnico e valendo mais pela proposta conceitual. Alguns dos selecionados pertencem a essa categoria: James Plotkin, Old Tower e Demdike Stare.
Roland Topor - um surreal no cinema
• Roland Topor, ilustrador, escritor e ator destacado pelo conteúdo surrealista de seu trabalho. Se tivesse produzido no mercado americano, hoje certamente seria lembrado como figura pop-cult. Descendente de judeus poloneses, Topor nasceu em 1938 em Paris, quando sua família para lá se mudou depois da ascensão do nazismo. Foi figura marcante do surrealismo por seus desenhos incomparáveis, bizarros, frequentemente violentos e teve seu nome ligado ao cinema em diversas ocasiões e diversas atividades.
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