Untraceable (EUA, 2008)
Com Diane Lane, Colin Hanks, Billy Burke, Joseph Cross, Peter Gray Lewis, Tyrone Giordano, Mary Beth Hurt, Tim de Zarn, Christopher Cousins.
Trasheira de arte. Assustadora variante no tema serial-killer, por vezes difícil de acompanhar e que evolui amalucadamente para um final de fábula! Lars von Trier vem de uma carreira consagrada tanto na vanguarda quanto em reconhecimento público, então pode fazer fazer o que quiser e aqui ele deita e rola contando os afazeres de Jack (Matt Dillon), um frio e ardiloso sociopata.
Go weird young man! Weird Western em filme. Quando vi aquela cena do Era Uma Vez no Oeste com o bando de Frank saindo de trás das moitas em meio a poeira levantada pelo vento, não tive dúvidas: é uma cena de horror! Entidades saídas "da terra" e levando morte à família do fazendeiro ao som de uma arrebatadora marcha fúnebre. A leitura poética é inevitável assim como em outras ocasiões do faroeste no cinema que sempre se favoreceu de seu imaginário mítico.
A morte dá carona. Suspense dramático de rara eficiência que se eleva da média pelo elenco dedicado. O jovem Bradley trabalha em um fast-food de estrada e tem como parceiros de trabalho, um casal de namorados meio delinquentes e o recluso Benson. Traumatizado por um incidente na infância, Bradley aguenta pressões e bullyings passivamente, até que em uma manhã, antes do expediente, os abusos e tensões crescem entre o grupo de atendentes e Benson decide interceder pelo companheiro. E ele intercede disparando!
Melhor spinn-of do mundo? Se a moda pega teremos um monte de produções sobre o que não foi contado em inúmeros clássicos por aí. Já imaginou? O ócio e aventuras de Gollum escondido na montanha. A vida e amores na mulher da banheira do quarto 217. Glaeken, o guardião de O Fortim, teria tido outras missões em sua longa existência? Randolph Carter poderia voltar aos subterrâneos em busca do amigo desaparecido? São muitos, mas pode ser que nenhum se iguale a esta ótima sacada em contar a aventura, ou desventura, do cargueiro Demeter em sua travessia dos Cárpatos para a Inglaterra carregando uma misteriosa carga de caixotes cheios de terra, e mais alguma coisa junto...
No cabresto. Nicolas Cage entrou para aquela categoria de atores histriônicos, que extrapola o normal quando não é colocado em uma coleira pelo diretor. Foi assim com o Nicholson, o Robin Williams e quase toda a geração Actor's Studio. Se não segurar amarrado, o bicho se descabela, rola no chão e faz careta. O que temos aqui neste terror convencional é um Nick Cage no limite entre sua fase boa e o vale-tudo a que ele se submeteu posteriormente.
A face alternativa. O Black Phillip não sabe o que fazer com esse filme! O fantástico japonês é notório por suas bizarrices que extrapolam as medidas, mas esta produção, baseada em romance de Kobo Abe (que também roteiriza), é algo inclassificável em sua mistura de drama e ficção. Conta sobre a readaptação do senhor Okuyama aos espaços sociais após um processo de transformação facial.